O clima de tensão entre PP e PT continua na manhã desta quinta-feira (10). Em conversa com o Varela Net, o deputado estadual Luiz Augusto, do partido do vice-governador João Leão, confirmou que o partido deve manter, em um primeiro momento, a posição de procurar um novo caminho, como indicado em comunicado na última quarta-feira (9).
O deputado pepista ressaltou, no entanto, que qualquer decisão será tomada com diálogo. Até mesmo a saída do partido da base governista, caso o cenário se concretize, deve ser tomada de forma que não faça o PP e Leão ganharem o rótulo de traídores. "Também não está descartada uma reconciliação", afirmou Luiz Augusto ao ser questionado pela reportagem. Antes de qualquer decisão, Leão ainda deve ter uma nova conversa com o ex-presidente Lula, entre esta quinta (10) e sexta-feira (11), para explicar toda a situação.
"Ele queria dar também uma satisfação a Lula [sobre a possível saída do partido da base], porque como surgiu a hipótese para ficar na cadeira [...] para não achar que está saindo traindo alguém. Então, ele deve ter essa conversa com Lula, eu não sei se é hoje ou amanhã. Depois dessa conversa, talvez o PT resolva cumprir a palavra", disse Luiz Augusto, que ainda relembrou outro episódio envolvendo o PT e o PP, em 2021, quando as legendas precisaram chegar a um acordo para apoiar um candidato à presidência da Assembleia Legislativo, que resultou na eleição de Adolfo Menezes (PSD).
"Agora o PT, na hora de cumprir, são dois pesos, duas medidas?", questionou. Logo depois, o deputado deixou em aberto a chance de uma conciliação, além de sair em defesa do vice-governador, afastando qualquer risco de, caso assumisse o governo no lugar de Rui Costa, como acordado anteriormente, fazer qualquer movimento de traição. "Há chance de consenso [...] João Leão é o cara mais leal que eu conheço. Ele passou 14 anos aí tomando cacete e ajudando, Leão é o cara mais leal que eu conheço", pontuou.
Entenda o caso
Na última segunda-feira (7), o senador Jaques Wagner (PT), que já tinha comunicado sua decisão de não concorrer ao governo da Bahia, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, que Rui Costa (PT) não renunciaria mais ao mandato no Palácio de Ondina, cenário que levaria Leão ao posto de governador. Dois dias depois, já na quarta-feira (9), após uma conversa com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o vice-governador se pronunciou, em nota à imprensa, e admitiu que diante de sua insatisfação, poderia compor a chapa majoritária encabeçada por ACM Neto (União Brasil), ou até mesmo ser candidato ao governo sem o apoio do grupo. Qualquer posição oficial deve ser anunciada nos próximos dias.
Visitas: 694143