Apesar de ser um dos gêneros musicais com maior popularidade no cenário baiano, o pagode atingiu sua notoriedade atual por meio de, majoritariamente, nomes masculinos - como Márcio Victor, Léo Santana e Xanddy. Entretanto, jovens cantoras estão em busca de deixar suas marcas neste meio, emplacando sucessos nas paradas musicais, proporcionando mudanças, assim como Alanna Sarah, mais conhecida como “A Dama”.
Diante dessa transformação, o Varela Net conversou com a cantora de pagode 'A Dama', para entender sua vivência como mulher em um cenário que originalmente é dominado por homens e como ela se sente em ser uma das protagonistas responsáveis por levar a presença feminina para este estilo musical.
“A gente já vem transformando [o pagode], né? Só que a gente sabe que o espaço é pequeno pra gente. Querendo ou não, um homem lança uma música, aí ele estoura o CD todo e consegue rodar a Bahia. A gente pode estourar cinco ‘hits’, e ainda assim vamos tocar menos no paredão, vamos ter agendas menores do que os homens e vamos rodar muito pouco.”
“Então, eu acho que falta mais que os contratantes homens, donos de paredão, todos esses caras, olhem pra gente com um olhar de inovação, como se a gente tivesse trazendo mudança pra toda essa estrutura do pagode”, afirmou.
Quando questionada a respeito da falta de oportunidades que as artistas do pagode recebem dentro da indústria musical, “A Dama” fez questão de pontuar que existem colegas cheias de talento, mas que infelizmente, não possuem o devido reconhecimento que merecem.
“Tem umas dez [artistas] aí, tem Aila Menezes, Rai Ferreira, Nêssa… Tem uma massa muito grande, tem mulheres até que não fazem mais parte do pagode, como Jady Girl, que foi uma das primeiras mulheres que cantou no pagodão”.
“Pra mim é gratificante saber que dentre todas essa mulheres eu consegui chegar em um nível que elas estão buscando, e sei, tenho certeza que essa revolução no pagode que tá acontecendo com “A Dama” hoje, não é só meu, vem delas também, porque se não tivesse elas escrevendo essa história primeiro, talvez hoje eu não seria tão aceita”, pontuou a cantora.
*Sob supervisão do Repórter Everton Santos
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