Após o governador da Bahia, Rui Costa (PT), decretar na última segunda-feira (10), a redução no limite máximo de pessoas em eventos públicos e privados de 5 mil para 3 mil, por conta do aumento do número de casos ativos da Covid-19 no estado, dezenas de associações do setor de eventos se manifestaram por meio de carta aberta contra a decisão.
Em entrevista ao Varela Net, o presidente da Associação Baiana dos Produtores de Eventos (Abape), Moacyr Villas Boas, declarou que o governo da Bahia tenta marginalizar o setor, revelou que as últimas decisões tomadas sobre as mudanças no decreto aconteceram sem diálogo com as associações e pontuou que são falsas as falas que eles se preocupam somente com a economia.
“Nós recebemos esse decreto com muita surpresa, como temos recebido todos os decretos durante a pandemia. Não há nenhum diálogo do governo do estado com o setor de cultura e o de entretenimento. De fato, o decreto caiu como uma bomba”, desabafou Moacyr.
O presidente da Abape revelou que as reuniões que acontecem para decidir sobre as medidas restritivas, que vão afetar o setor de eventos, não contam com a presença de representantes do setor ou da associação.
“Nós somos contra pessoas que desconhecem as particularidades do setor de evento se reunirem sem o nosso conhecimento, sem ter representes do setor, para deliberarem sobre assuntos que vão impactar esse setor de forma direta”, declarou.
Moacyr ainda criticou as declarações do governo sobre o tema e disse que tentam marginalizar o setor colocando a sociedade contra os profissionais que sobrevivem dos eventos.
“As declarações que são dadas nos deixam perplexos, porque passam sempre a ideia de que o governo tenta criar uma polarização entre a sociedade e o setor de eventos. A nossa visão é que existe sempre a intenção de marginalizar o setor”, reclamou.
A demonstração de solidariedade entre as associações de cultura e entretenimento com as famílias que perderam pessoas para a Covid-19 é enaltecida pelo presidente da Abape, que aproveitou para rebater e afirmar que são falsas as falas de que os profissionais do setor só se preocupam com dinheiro.
“Nós também já perdemos amigos e parentes por conta da pandemia. Nós somos completamente solidários, e essa informação de que estamos apenas visando lucro não procede”, garantiu Moacyr.
O presidente da Abape finalizou pontuando que o governo não pode somente se preocupar com a saúde, mas deve se atentar também à economia, já que as pessoas precisam ter uma fonte de renda para sobreviver e cuidar da saúde custa dinheiro.
“A questão da covid não é meramente uma questão de saúde pública, é uma questão econômica também. Quando você tem as contas pagas e o salário garantido, realmente você tem só a saúde para se preocupar. Os profissionais do setor não podem se dar ao luxo de se preocuparem apenas com a saúde, porque existem outras questões de cunho social e financeiro também para os quais o governo tem fechado os olhos. A saúde deve ser a prioridade, mas não é a única”,
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